Imprevisível


Quem sou eu ?
Um enigma.
Uma incógnita a ser descoberta por mim mesma.
Um mistério.
Me acho um labirinto.
Que tipo de pessoa é essa?
As vezes eu quase me descubro.
No fim de tudo eu me confundo.
Aí vem aquela cefaleia que não me deixa em paz.
Acontece sempre que penso demais.
Pra você parece ser tão fácil de me compreender.
Por quê?
Além deste olhar fixo pro meio do nada
Queria saber pra onde vou.
Além dessa capa de menina forte e astuta.
Isso são só impressões.
Atrás dessa cobertura que afasta todo mal.
Lá está eu.
Sentada no canto do meu quarto.
Só.
Num conflito.
Sou minha própria inimiga.
E por que não quis ser amiga de mim?
No fim de tudo, é só uma menina bancando a dificil.
Acho que sou imprevisivel. Me enfio em um monte de talvez...
Talvez eu grite
Ou talvez eu fique em silêncio pra que não me note.
Talvez eu me arrume
Ou talvez eu me descsabele pra chamar atenção de um modo diferente.
Talvez eu sorria
Ou talvez eu nem mostre meus dentes.
Talvez eu me mude
Ou talvez eu fique até que você venha morar comigo.
Talvez eu te olhe
Ou talvez eu finja que você nem existe.
Talvez eu saia correndo
Ou talvez eu fique parada e espere você alcançar minha boca
Talvez eu chore
Ou talvez eu ria da desgraça que é chorar por você.
Talvez eu faça pirraça
Ou talvez eu faça tudo do seu jeito.
Talvez eu faça cara feia
Ou talvez eu esteja só fazendo uma careta.
Talvez eu te ame
Ou talvez eu só te engane.
Talvez você acha que me conheçe.
Nessa não existe o ou talvez.
Quando você acha que sabe tudo sobre mim... Talvez não conheça nada.

Bem sei, pensei.

Bem sei que
Tua vontade era ir embora.
Não iria me ajoelhar em prantos e desfalhecer.
Pensei.
E quando isso feito derramei lágrimas involuntárias.
Bem sei que
aquilo foi quase o teu adeus.
Pensei.
Achei que não houvesse despedidas.
Bem sei que
Fazes parte de mim e que sem ti não tem sentido meu eu lírico.
Pensei
Que eu seria o tipo da pessoa apática nesse aspecto.
Bem sei que
Tentei não ser.
Pensando bem,
Me tornei no que eu havia tentado não ser
Bem sei que
As palavras foram um tanto restritivas
Pensei que
eu pudesse voltar no tempo e fazer com que elas não fossem ditas.
Isso iria ajudar ? Negativo.
Isso só iria retardar o processo de serem ditas.
Mais dias menos dias, elas iriam sair dos teu lábios.
Como se sente agora?
Eu, estou perplexa.
Eu ficarei do mesmo jeito que estava antes de cruzar o meu caminho. Espero.
Talvez eu voltei ao meu ponto inicial.
Você chegou.
Não perguntou se poderia entrar.
Tudo bem eu não te mandei embora.
Gostei de sua estadia.
Bem pensei que
O impossivel pode se tonar digno de sua possibilidade.
Pensei
Que um dia pudesse parar de pensar.
Bem se que
só pensando que é possivel te encontrar.

Chuvas de Verão


Era pra ser só mais um dia de chuva . Olhando daqui, desta janela com grades foi que começei a interpretar as chuvas e suas gotículas e enfi desvendei um mistério. Observo atentamente a chuva cair sobre o telhado de alumínio que é quente quando bate o sol. A chuva cai, mas antes ela avisa com um vento, ou com seu perfume, aquele que tem cheiro de mato, ou aquele que tem cheiro de terra molhada. Suas gotas caem, caem, e como caem do céu. Deslizam sobre o chão ou sobre os telhados das casas onde existem pessoas e pessoas, de diferentes classes e raças e com seus problemas distintos. A chuva cai desesperada e corre ainda mais rápido sobre o asfalto sujo. Existem gotas que caem e se unem as outras formando poças, outras caem e permanecem só sendo apenas uma simples gota no chão que será absorvida rapidamente pelo solo quente. As gotas que se unem formando poças demoram a serem absorvidas pelo solo de pouco em pouco desaparecem. As gostas que caem e permanecem sozinhas, são absorvida pelo solo mais rápido ainda sendo apenas uma triste gota a desaparecer despercebida. Hoje é mais um dia de chuva, mas hoje a chuva cai lentamente. Caem como se estivessem sem pressa de escorregar pelos telhados das casas e sem pressa de serem absorvidas pelo solo. Caem devagar para molhar as plantas, refrigerar o ar, acabar com as secas e molhar a pele suada de alguém que tanto clamou por um dia de chuva nesses dias de tanto calor e alvoroço. Logo elas também desaparecem. Mas não sendo apenas uma simples chuva. Sendo sim, a chuva de verão que nunca passa por despercebida.


*Reflitam*

Viva o resto da sua vida


Não é tarde.
Estou aqui.
Pro que der e vier.
Mas agora te falo...
Deixe de lado toda aquela palhaçada.
Fitas e saltos nunca foram a minha especialidade.
Se solte.
Desgruda dessa cama, tome um banho.
Se vista. Vamos sair hoje à noite.
Mostre a cara que ninguém jamais viu.
Mostre-me o dedo que sua mãe nunca te deixou mostrar.
Você tem ar de gente doida, você é até muito bonita.
Extravase.
Abuse.
Solte a voz rouca e desafinada que você tem quando canta no chuveiro.
E daí?
Quem canta seus males espanta.
Chama pra dançar aquele cara que esta parado faz mais de meia hora.
Vem comigo.
Entra no ritmo, deixe a loucura bater e a música te levar.
Insana, garota você é demais.
Vai correr descalça.
Sinta a chuva, chegue ensopada e pule na sua cama.
Grite.
É o máximo que consegue?
Vamos lá, deixe esse ser sair de dentro de você.
Ele existe.
Não se prive.
Se permita.

Tome um drink.
Troque as pernas.
Fale de boca cheia.
Deixe um pouco da educação de lado.
Largar as boas maneiras irá te fazer bem.
Ria até que fique vermelha sem respirar.
Você está tonta ?
É hora de parar, moça.
Ousadia.
Ouse ser quem você jamais pensou ser.
Use mais você.
Está muito tempo lacrada nessa caixa, saia já daí.
Que tal um mergulho?
Não faz mal se for três da manhã.
Existem remédios pra gripe na farmácia perto de sua casa.
Tá vendo essa cidade sem cor?
É hora de pinta-la.
Tá vendo esse mundo de pessoas más?
Está faltando mais pessoas iguais a você nele.
Por que passar a vida despercebida?
Ainda há tempo, você é jovem.
Isso não é hora pra descurso.
Sem formalidades.
P
or que passar sem ser notada.
Ande do jeito que quiser.
E daí que ele vai te ver descabela.
Se aceite como é.
Torna aquilo que és e nada mais.
Respire, lembre-se você existe!
Isso já é essencial pra sua felicidade.
Desamarre essa cara de emburrada.
Enchugue essas lágrimas.
Essa eu não fiz pra você chorar.
Isso, muito bem.
Agora solte aquele sorriso mais largo
que sua própria cara, não importa se ele é bonito.
O importante é sempre está sorrindo
Seja você do jeito que quiser.
E vá viver o resto da sua vida enquanto há tempo.

No embalo da tua onda

Enquanto eu estava sentanda na poutrona da sala
Eu me senti embalada numa senssação de prazer de estar viva.
Acordei pro meu sonho.
E assim me senti...
As ruas passam diante aos meus olhos, rapidamente.
Luzes e cores escuras misturadas ao léu.
Pareço estar em câmera lenta.
E o resto do mundo o que está fazendo nesse momento?
Por que tudo corre? Pra que a pressa?
Aonde todos estão indo?
Por que falar tão alto?
A lágrima que escorre dos meus olhos involuntariamente, escorre devagar.
Ela demora até que caia ao chão.
Eu consigo agora escutar só ela ao bater no piso e até consigo ver suas gotículas se espalharem.
Eis que ouço então um ruído.
Ele então me desconcentra daquela minha fixação
de sobrancelhas franzidas e visão turva.
É tão agudo que provoca encomodo dentro do meu ser.
Eu passo de concentrada para inquieta.
Dentro da minha cabeça parece que consigo sentir o meu
próprio cérebro se movimentar.
De um lado para o outro, ele pulsa como um coração.
Dentro dele eu sinto como se meus neurônios estivem se soltando.
Um ato de bipartição entre os neurônios?
Estão se multiplicando?
Como pode?
E quando isso acontece eu ouço bem longe aquele mesmo ruído não tão agudo.
Sinto uma senssação de como se estivessem congelando.
Que frio.
Alguém pode fechar a janela?
A janela já estava fecha.
Confuso. Incomum. Meio anormal.
Escute meu coração.
São 40 batimentos por minuto?
De repente eu não sei mas contar.
Meu coração está batendo devagar.
Nossa você estava aqui?
Parece que acaba de aparecer!
Como fez isso?
Mas que bom escuta-lo tão te perto.
Me dê um abraço, quero sentir tuas veias pulsarem sobre minha pele.
É tão bom sentir teu cheiro.
Que vontade, que desejo.
Mal te encontrei e já fico me perguntando quando será que te verei novamente.
O âmbito se acalma agora.
As coisas pararam de correr.
O tempo resolveu seguir meu ritmo.
Lento e paciente.
Me sinto em casa.
Agora vem a calma.
Me sinto melhor enquanto você enrola meus cabelos.
Tua voz parece um mantra.
Ontem tive um sonho, ontem tive também um pesadelo.
Se ao acaso não entender, eu deixo algo que esclaressa.
Só quero que você permaneça aqui enquanto eu respirar.
Mas parece que em instantes eu vou te deixar.
Assim fica fácil esquecer tudo de uma vez.
Esses olhos me mantém ocupada, assim é melhor.
Abra a caixa.
O que você vê?
Eu escuto daqui o eco do grande vazio que deixaram lá dentro.
Não te disse mais assim eu consigo ver a cor dos teus olhos.
A cor é amba.
Hora eles são castanhos, hora eles são verdes.
E quando você olha pro sol.
Ele faz aquela mistura parece até que é furta-cor.
Não faz assim que eu mordo, te deixo marcado com meus dedos.
Você tem um gosto, uma languidez na face.
E aquelas sensações acabaram de ir embora e junto ela levou você.
Me deixou uma saudade que eu nunca senti antes.
Como pode?
Eu nunca te vi antes.
Dá próxima vez não te deixo inibido.
Vou te roubar pra mim.
Você me faz entrar na dança do teu embalo envolvente.
Você me deixa esquecer aquela criança inocente.

Eu nunca me esqueço


Desse seu jeito
Do teu sorriso
Da tua voz
Do jeito como me reparava
Eu não me esqueço de quando
Me fazia cócegas
Me sacudia pra eu não dormir
Me esmagava com o braço
Me deixava vermelha só de olhar
Apertava minhas bochechas
Eu nunca me esqueço
Das tuas palhaçadas
Dos desenhos mal feitos
Das musicas mal cantadas
Do jeito desajeitado
Eu nunca me esqueço
Do toque da sua mão
Do cabelo despenteado
Dos presentes achados
Das flores roubadas
E da cantada mal dada
Esse teu sorriso me ilumina e me faz caminhar.
Me tirada o juízo
Me trazia sentido
E me roubava a tristeza.
Me deixa saudades, me deixa com vontades
Eu não te dou meu adeus, eu te dou meu perdão
por me deixar sem chão e ir embora sem avisar.
Ainda roubo esse amor, ainda arranco essa dor.
Meu anjo, és a prórpia saudade que vaga em mim.
Descanse em paz meu querubim.

Não aceito o teu adeus.

É uma especie de pessoa.
Você consegue ve o que sente ?
Adoro a cara que você faz quando esta entusiasmado.
Maravilha. Existe uma explicação.
Está tentando descobrir?
Talvez se eu descobrir o que é
perde a graça de fazer isso tudo crescer.
Pra qual sentido ?
Tem infinitos.
Pense, exagere na dose de atenção.
Me faz bem quando tenho a tua proteção.
Ah, já faz tanto tempo.
Erro meu.
Ah, já não faz tempo algum.
Talvez tentar dizer coisas que façam sentido não
tenha a mesma tonicidade em dizer e fazer parecer tudo tão errado.
Cade a paz? Eu acabo de devolver.
Que carinho, eu acabo de perceber.
Fica assim que eu gosto.
Pode prestar atenção nas coisas que eu falo.
Ou pode fingir entende-las só pra me fazer feliz.
Parece até maluquesse.
Pode confessar bem que tu gostas.
Consigo até decifrar.
Avontade, me sinto avontade.
De algum modo meu destino escolheu cruzar o teu.
Gosto da ideia de te ter por perto.
Que misto de emoção.
Quase uma sinfonia.
Sentimental.
É poesia, basicamente a pessoa que descrevem nas historias
de felizes pra sempre.
É uma anomalia dentre os homens.
Meu amigo, leal.
Somos cheios de fidelidade.
Unidos pelo companheirismo e prazer.
Não aceito o seu adeus.
Não aceito o seu adeus.